A tecnologia fotovoltaica irá permitir produzir hidrogénio verde competitivo
- O hidrogénio é um complemento importante para garantir uma maior penetração da tecnologia fotovoltaica no sistema através do armazenamento sazonal.
- A produção de hidrogénio verde competitivo pode fazer de Espanha um país exportador e um importante hub a nível internacional.
- O desenvolvimento deste setor representa uma oportunidade importante para promover uma reindustrialização de Espanha com base no hidrogénio e na tecnologia fotovoltaica, indústrias que contam com um tecido empresarial competitivo.
Madrid, 16 de junho de 2020. A UNEF realizou hoje um novo diálogo virtual aberto sobre “O hidrogénio e tecnologia fotovoltaica. Dois companheiros de viagem imprescindíveis?” retransmitido ao vivo pelo canal do Youtube, no âmbito da iniciativa #DialogosSolaresDesdeCasa.
Neste diálogo, moderado por Lorena Farrás, Editora de La Vanguardia, participaram Antonio González García-Conde, vice-presidente da Associação Espanhola do Hidrogénio (AeH2) e Presidente da Plataforma Tecnológica Espanhola do Hidrogénio e das Células de Combustível (PTE HPC), Enrique Iriarte, Innovation – Projects Director, Área de Energia da Acciona e Beatriz Ruiz Castelló, Head of Energy Storage da Capital Energy.
Os especialistas salientaram que a energia fotovoltaica permite a produção de hidrogénio verde a preços competitivos e concordaram em apontar ambas as tecnologias como fatores-chave para atingir os objetivos de descarbonização em diferentes setores, como os transportes, o setor industrial e o setor elétrico. Neste último, o hidrogénio permite uma maior integração das energias renováveis, ao mesmo tempo que aumenta a resiliência do sistema elétrico. A este respeito, José Donoso, Diretor-geral da UNEF, comentou “para a fotovoltaica, que se converteu na nova tecnologia convencional, o hidrogénio é considerado uma alternativa interessante para o armazenamento sazonal. No futuro, o hidrogénio constituirá uma parte importante dos projetos fotovoltaicos, como são outros componentes, como os painéis ou os inversores”.
Por sua vez, Antonio González referiu: “O hidrogénio é um vetor energético chave para o “setor coupling”, com um grande potencial para descarbonizar a economia espanhola, atuando em setores intensivos em emissões, e permitindo uma maior penetração das energias renováveisno mix. Espanha pode ser um grande produtor e exportador de hidrogénio renovável para o norte da Europa”.
Além disso, Beatriz Ruiz Castelló acrescentou “Na Capital Energy, apostamos no potencial das energias renováveis e do hidrogénio verde para contribuir para uma Transição justa e sustentável a nível energético, social e ambiental. As sinergias entre o recurso fotovoltaico e a geração de hidrogénio verde podem contribuir de forma decisiva para o aparecimento de um novo tecido empresarial a nível nacional e europeu, e para a descarbonização industrial, urbana e da mobilidade”.
Impulso para a inovação e economias de escala, elementos necessários para otimizar os custos do hidrogénio.
Os especialistas concordaram com a necessidade de promover o desenvolvimento do hidrogénio para acelerar a redução dos seus custos e aproveitar o aumento de competitividade que as tecnologias renováveis têm registado nos últimos anos, especialmente a fotovoltaica, através da implementação de programas de apoio à I+D+i por parte de instituições públicas e a obtenção de economias de escala que permitam alcançar modelos económicos e financeiros sustentáveis.
Por sua vez, Enrique Iriarte destacou: “Na Acciona, apostamos no hidrogénio renovável ou verde, gerado em eletrolisadores movidos a energia 100% renovável, como vetor energético que pode contribuir em grande medida para a descarbonização da economia. A título de exemplo, estamos a desenvolver um Projeto em Maiorca para mobilidade e injeção na rede”.
Além disso, salientou-se a importância de contar com um Roteiro do Hidrogénio ao nível nacional que defina os objetivos de produção e utilização desta tecnologia no curto, médio e longo prazo, para dar os sinais necessários para atrair os investimentos em I+D+i.
Espanha pode aproveitar a oportunidade oferecida pelo desenvolvimento do setor do hidrogénio para se posicionar como referência internacional, tal como já aconteceu com o setor fotovoltaico e, ao mesmo tempo, promover uma reindustrialização baseada em ambas as tecnologias, tirando partido do tecido empresarial competitivo que caracteriza as duas indústrias.
O próximo diálogo da série #DiálogoSolaresDesdeCasa será realizado na quarta-feira, 17 de junho, às 12h, sobre como definir o inversor mais adequado para uma instalação de autoconsumo sem descarga.
Sobre a UNEF
A União Espanhola Fotovoltaica (UNEF) é a associação setorial da energia solar fotovoltaica em Espanha. Constituída por mais de 400 empresas, entidades e grupos de toda a cadeia de valor da tecnologia, representa mais de 85% da atividade do setor em Espanha e congrega a quase totalidade: produtores, instaladores, empresas de engenharia, fabricantes de matérias-primas, módulos e componentes, distribuidores e consultores. A UNEF também detém a presidência e co-secretariado da FOTOPLAT, a plataforma fotovoltaica tecnológica espanhola. A plataforma reúne universidades, centros de investigação e empresas líderes da I+D fotovoltaica em Espanha.